quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Falando sobre o Chamado


Elizama

“ Talvez Deus não queira que você seja um Mártir, talvez Ele queira” Irmão André

Com essas palavras o irmão André fundador da Missão Portas Abertas analisa o chamado para a vida dos cristãos perseguidos ou livres. Palavras que remetem a disposição do crente em fazer a vontade de Deus de pregar o evangelho e vivê-lo.
Alguém pode pensar lendo frases como essas que atualmente não existe mais mártires, não há mais essa exigência, viver do evangelho a tal ponto de perder a sua vida. Eis aí um grande engano, ainda existem muitos que morrem por amor ao evangelho, muitos que estão presos por não abrirem mão de sua fé em Cristo.
 O que faz esses irmãos viverem nessa situação é a terrível perseguição religiosa ou governamental em diversos países onde há intolerância. Infelizmente a realidade destes irmãos os obrigam a viverem sob o limite da fé, a morte para a vida eterna com Cristo.
Mas e nós que vivemos em uma nação livre, isso vale para nós? Poderíamos ser chamados para o martírio cristão? A frase foca o extremo da entrega, mas a questão central é a chamada de Deus, a disposição do crente para com Deus, pra a obra dEle. Todos os crentes foram chamados para fazer a obra de Deus, para cumprir o ide de Cristo. A grande questão é que estamos condicionando a obediência ao ide com as nossas prioridades, empregos, faculdade, concurso, estabilidade financeira, casamento, família etc.
Não é errado se preocupar com as coisas citadas acima, até porque estamos na terra e estamos inseridos numa sociedade em que tudo isso se faz necessário à sobrevivência. A questão está na perspectiva diante destas situações, pensamos mais em conquistar tudo isso do que em fazer a obra de Deus, muitas pessoas trocam ou dão mais prioridades a tudo isso do que ao chamado dEle.
A questão é que talvez Deus esteja querendo usar pessoas no meio acadêmico, que sejam fiéis a Ele no meio de tantos céticos intelectuais. Para essa pessoa a faculdade vai ser super necessária e investir nisso com mestrado, doutorado também, porque haverá para ele um campo missionário, ele precisará ter prestígio e reconhecimento para estar nesse meio. Esse tipo de missão intelectual não vai custar muitas vezes abrir mão do conforto, de reconhecimento, de dinheiro, apesar de ser também uma área que requer muito esforço. Talvez esse seja o chamado de muitas pessoas.
Talvez o chamado para outros seja ser empreendedor, tenha prestígio social, tenha muito dinheiro e com isso ajudar os outros, invista na obra missionária, ajude em construções de templo, ajude manter missionários. Para esse o conforto também não vai ser tirado, seus filhos ainda terão uma boa educação, carro, faculdade, sua geração será próspera. Talvez esse seja o chamado de alguns.
Em outros casos talvez Deus queira que alguém abra mão do conforto de sua casa, abra mão de um concurso, abra mão de muitos planos e vivam exclusivamente da obra dele, indo para um lugar desconhecido, distante dos pais, dos irmãos, correndo riscos de passar fome, de ser preso, de ser rejeitado, de se ver sozinho, de ter que trabalhar duramente para conquistar uma alma. Talvez esse seja o chamado de muitas pessoas. A questão então é: Talvez Deus não lhe peça para abrir mão de tudo por Ele, talvez Ele peça.
Talvez Ele possa lhe dar condições de ajudar seu próximo. Talvez você será o próximo de alguém por precisar da contribuição dele, e ainda assim ter que doar o pouco que tem.
Talvez a faculdade vai lhe ajudar a conquistar espaço no meio acadêmico para você pregar o evangelho. Talvez Deus lhe deixe entrar na faculdade apenas pra você entender a linha tênue entre a fé e a descrença lhe preparando para o que virá quando você sair para pregar o evangelho.
Talvez você nunca entrará em uma faculdade, ou será analfabeto como muitos pregadores do passado.

Mas a verdade é que em todas as circunstâncias apresentadas há algo em comum: a disposição em entregar-se a Deus. A obediência ao ide dEle. A priorizá-lo independente de sua formação, de seu emprego.
“ O justo viverá da fé, e se ele recuar, minha alma não terá prazer nele” Hb 10.38
“Talvez Deus nunca peça pra você ser um mártir, talvez peça.” Qual será a sua resposta?

Uelington

Eu respondo: “eis-me aqui” envia-me a mim. E não importa por que vias desejas me usar, ou me enviar, já não quero enterrar meus mortos, quero seguir-te incondicionalmente!
Meu ideal é conseguir colocar essa frase em prática em sua plenitude. O que vejo ao meu redor é motivo de alerta. Estamos cometendo o erro de muitos de nossos antepassados, impedindo que Deus nos use através da fé e usando-a para justificar nossos modos de vida confortáveis. Deveríamos ter aprendido com quem usou a fé para se aliar a governos, para justificar enormes riquezas, para legitimar a estabilidade da vida material como sendo a principal vontade de Deus. O tempo passou, mas o chamado a segui-lo continua o mesmo. Do passado podemos nos espelhar em outros exemplos, nos exemplos daqueles que se entregaram completamente ao chamado de Deus, mesmo que isso nem sempre signifique viver à deriva ou abandonar sua cidade e posses. Ele nos chama a ser capazes de fazer isso, nosso amor pelo chamado precisa ser de tal forma que nos torne capazes de abandonar pais, mães e filhos. Se será necessário fazê-lo cabe a ele, eu quero é ser capaz de tudo isso fazer.

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