quarta-feira, 10 de agosto de 2011

A linha tênue..


Uelington

Me perguntaram: mas e ai na faculdade...manter um equilibrio espiritual, é tao dificil como dizem ?
Eu respondi:

rapaz.. é sim..
mas veja bem porque: Você está sempre em uma linha tênue, uma corda bamba. Você pode adotar diferentes posturas na faculdade.. por ex:
você pode ser aquele cara irredutível, com a mente totalmente fechada para as novas idéias que vão surgir e que, muitas vezes vão de encontro ao que se tinha por verdade absoluta, é uma postura mais segura, mais recuada. Há quem entre e saia da faculdade sem ser afetado em nada por ela, quase nenhuma experiência, só um diploma e também com uma fé muitas vezes superficial, sem alicerce, porque não foi colocada à prova. Eu acredito que quando nossa fé é provada, ele renasce fortalecida, mas o processo de prová-la é doloroso!
Essa já é a segunda postura: uma postura mais aberta, peito aberto mesmo, ouvindo tudo que seja diferente do que você pensa e confrontando isso com seus ideais. É essa a que eu assumi. Eu acredito que se minha fé for tão pequena, ou tão frágil que não suporte o embate com outra teoria, ela não é válida! Isso é forte de se dizer, mas é nisso que eu tenho me pautado. Acho que é a opção mais dolorosa, mas também acredito que seja a que mais fortalece. Repare que eu vou te falar uma coisa forte agora, blz?
Eu tenho a minha fé! mas eu ainda a tenho porque tenho a plena convicção de que ela faz muito sentido! Faz muito sentido pra mim acreditar na morte de Jesus para salvação de minha alma..
e me coloco à disposição para que ela seja provada..
Não teria a minha fé se eu encontrasse alguma coisa que fizesse mais sentido, entende?
E posso dizer sempre: não tenho medo de me confrontar com outras idéias, porque só quero uma fé que tenha mais sentido do que tudo nessa vida, não quero uma fé alienada, e medrosa..daquelas que qualquer teórico derruba.. uma fé não alicerçada!
Prefiro tomar uma surra e sofrer pra construir minha casa sobre uma rocha! Porque sei que não será abalada..do que construí-la sobre qualquer outro lugar mais confortável e fácil.. foi conselho do próprio Jesus. Veja bem.. eu não quero crer só porque é conveniente, porque é mais confortável, já que meus pais são cristãos, já que nasci convivendo com isso.. não! Eu quero crer porque escolhi crer! Porque ouvi o que o outro lado dizia e ainda assim me convenci de que isso é o melhor pra mim.
Eu estou desse lado porque estou convencido de verdade de que é o melhor lado, de que estou no time mais forte, e com o mais poderoso.
Isso pode soar meio “escorregadio” de minha parte, mas é esse tipo de seguidor que eu imagino que Jesus queira, daqueles convictos, mas cheios de razão pra serem convictos.
O interessante não é só construir a casa (fé) é construí-la sobre uma rocha!

Elizama


Mais escorregadio ainda é o fideismo, a fé pela fé, como se esta fosse um caminho que você tem de trilhar com os olhos vendados só por tê-la mesmo que você corra o risco de cair em um precipício. A fé é melhor que isso, principalmente quando ela está pautada em Cristo, Ele nos chamou das trevas para a luz e não o contrário. Fé não precisa estar separada da razão, o que ela faz é colocar a razão no seu devido lugar. Mas a gente só percebe isso depois que passa por essa linha tênue, que questiona o mais profundo do nosso ser, nossas verdades, suscitando dúvidas e nos sentimos os piores dos seres humanos porque tudo vai divergir do que aprendemos ser verdade.  É o momento de responder a questões que nos recusamos a refletir se não estivermos na corda bamba: porque creio? O que me levou a crer? O que me faz crer? Quero ou não, acreditar?
E o vazio que tudo isso traz em nosso ser, a falta de algo ou alguém que te tornava completo, nos faz perder o foco da vida, nossas perspectivas mudam, a vida fica sem sentido, é a “escuridão da alma”, e sentimos falta da pureza da fé e como já ouvi dizer e percebi claramente “pureza da fé, vale mais que o ouro”. É aí que está a necessidade que sentimos de desejá-la, de não perdê-la, de mantê-la a qualquer custo, já não nos sentimos tão fortes como antes. É aí que desejamos nos apegar a Cristo, o autor e consumador da nossa Fé. É o autor que desejamos, é ele que amamos, e percebemos que era Ele que estava ausente no “escuro da alma”. E quando os dias passam reconhecemos que a vida sem ele não tem sentido, achamos a resposta, o sentido da vida. Resposta para a pergunta que muitos filósofos, cientistas, historiadores, teóricos, psicólogos e tantos outros procuram e não encontram, porque não sabem que fé e razão podem andar juntas, mesmo que às vezes uma tente atropelar a outra.

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