quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Cuide de sua trajetória

Uelington


Em uma cultura de valor à praticidade, utilitarista, que sempre foi guiada por metas fez-se do caminho, do percurso um detalhe quase insignificante. Um “fim” a qualquer custo desvaloriza os “meios”. Se o mundo diz que “os fins justificam os meios” não há porque se preocupar com os meios. É dessa maneira que aprendemos a viver, é assim que nossa sociedade regula suas atividades, seus objetivos, suas metas. E, se no meio empresarial, quase sempre capitalista, os fins são satisfeitos ainda que por meios desonestos, no reino dos céus não se permite esse tipo de lapso. Isso mesmo! Se no nosso mundo isso acontece e é reforçado, é porque nossos reinos são falhos, mas o que dizer de um reino perfeito, de um mestre perfeito?
Esse modo de ver as coisas parece ter contaminado o modo do cristão ver sua jornada aos céus. O fim que ele quer, em muitos casos não será satisfeito, porque ele está usando os meios errados, está trilhando por vias alternativas, está indo de qualquer jeito. Jesus não deixou dúvidas ao dizer que só há um caminho, e que esse caminho é estreito. Fico pensando sobre essas rotas alternativas, e me lembro que até delas Jesus nos alertou. O sujeito a que Jesus se refere quando alerta: “nem todo o que diz: Senhor, Senhor, estará nos reinos dos céus” me parece ser aquele sujeito que acha o caminho estreito uma opção: “é estreito pra alguns, talvez pra mim não seja”. Mais adiante, quando Jesus continua: “Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas?” eu vejo um sujeito que se enganou sobre seu caminho. Ele tinha certeza de que a rota alternativa também satisfaria o seu alvo principal, ele acreditava que, mirando o fim, pouco importava os meios, pouco importava a qualidade de sua trajetória.
Dizer que a trajetória é importante para a chegada é pouco, se tratamos do reino dos céus é tudo perfeito, por isso digo: a trajetória é condição exclusiva para a chegada! E se ela tem essa dimensão de importância, é dela que devemos zelar, valorar, cuidar.
O reino dos céus é tão diferente de nosso reino que Jesus fez questão de deixar isso claro. Nele, a dinâmica funciona exatamente oposta à dinâmica do reino dos homens. Enquanto em nosso mundo valorizamos a vida “adulta” e suas “responsabilidades”, no reino dos céus Jesus nos manda ser como crianças, enquanto nós valorizamos hierarquias e privilégios, no reino dos céus o menor entre nós é o maior, enquanto valorizamos quem tem mais, Jesus valoriza aquele que dá mais! Isso me faz pensar o que parece óbvio em relação à trajetória: Se por aqui valorizamos carreiras pomposas e cheias de glórias, no reino dos céus a trajetória mais valorizada deve ser a que por aqui foi mais sofrida, mais dolorosa. É disso que a bíblia trata quando se refere aos galardões.
Já que a trajetória é assim, é nela que o inimigo fará suas maiores investidas! As decisões que tomamos no presente compõem nossa jornada, elas moldam esse traçado que decidimos começar a desenhar quando aceitamos a Jesus.
Cuidemos de nosso traçado, zelemos de nossa trajetória. Por trajetória perfeita eu entendo não aquela que nunca se desviou do foco, mas sim a que, por além dos desvios soube retornar ao traçado original, o traçado que segue o legado deixado pelo maior dos mestres e o único com a trajetória perfeita: Jesus!

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