sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A verdade que não comporta outras

“Não existe certo nem errado, todo mundo tem razão, e o ponto de vista é que é o ponto da questão”.  Qualquer um que defenda um ideal ou alguma coisa em que acredita, encontra como primeiro enfrentamento a barreira do “ponto de vista”. O “Ponto de vista” é aquele lugar que faz da sua convicção “mais uma convicção”, ou uma convicção que só existe e é verdadeira se vista de determinado ponto de vista, ou seja, se for vista do ponto onde você está, por isso ela é a sua verdade. Isto coloca as pessoas em lugares diferentes, enxergando coisas diferentes, cada um à sua maneira e deslegitima uma verdade que seja consenso ou absoluta em si mesma, porque toda verdade parece ser vista de um determinado ponto específico, e por isso, ele é dependente do famoso “ponto de vista”. Não vou negar que isso tudo que eu disse seja verdade - não só pelo meu ponto de vista - porque se todos nós temos “pontos de vista” diferentes, o mínimo que podemos fazer além de defender o nosso é admitir que existam outros.
Cara! Eu realmente sou dependente do ponto de vista. Todos nós somos, porque somos limitados. Por mais que você tente, não vai conseguir olhar pra frente e pra trás ao mesmo tempo, nem olhar pra esquerda e pra direita ao mesmo tempo. Ou você se concentra em um, ou no outro, não dá pra ter uma visão 360º. Fomos criados com essa limitação, e ela é proposital. Ela está aí pra nos lembrar que seremos sempre dependentes do lugar de onde estamos olhando. Você não vai conseguir olhar a rua se você estiver trancado no seu quarto. E lá, onde você está preso talvez você arrisque opinar sobre o tempo lá fora, mas nunca terá a credibilidade de quem está lá fora, com os olhos abertos vendo o tempo. Aposto que nada do que eu disse é novidade pra você, isso está mais do que óbvio, mas é sobre como o óbvio nos cega com relação ao mundo “não visível” de que eu quero falar.
Nós parecemos contagiados por nossas limitações físicas e subjetivas e usamos a mesma lógica pra tratar do mundo espiritual. De acordo com a ótica do “ponto de vista”, essa convicção que você tem de que existe vida após a morte, que há julgamento com conseqüências eternas, e de que um livro pode ser capaz de indicar o único modo de ser viver com garantia de salvação, só é verdade se vista sob o seu ângulo, ou seja, o mundo até admite que é verdade, mas classifica como SUA Verdade. E desse modo ela não é a única verdade, porque olhando por outros pontos de vista pode-se chegar a outras verdades tão convincentes quanto a sua. Tem mais, quando se admite que há outras verdades, e que a sua verdade é fruto de um ponto de vista, as “verdades” são acomodadas num nível que obedece a lógica humana de compreender verdades, de tolerar e aceitar as diferenças, da convivência pacífica entre essas verdades. Esse parece ser o ideal de mundo, um mundo onde finalmente as diferenças convivam em harmonia e se aceitem mutuamente, porque nesse mundo “perfeito” o homem finalmente compreenderia que ele não é capaz de sustentar uma verdade absoluta e que o ideal é aceitar que sua verdade é irmã das outras verdades, e elas todas formam a grande família que se chama “diversidade humana”.
É desconfortável dizer isso, mas, essa é uma mentira muito ardilosa arquitetada por aquele que já sabe que a melhor maneira de combater a única verdade absoluta não é com enfrentamento, mas forjando “outras verdades” que coloquem ela como um de seus pares, como uma versão, como mais uma dentre outras verdades.
Isso porque quando Jesus Cristo diz: “ e conhecereis A VERDADE e A VERDADE vos libertará”, ele não deixou dúvidas de que ele é a única verdade. E essa verdade – que é absoluta em si mesma – não comporta verdades concorrentes, porque toda e qualquer outra verdade se sente nua diante dela. Nós, quando fabricamos nossas verdades, fazemos isso sob a tutela do ponto de vista, porque somos dependentes dele, mas a Bíblia é capaz de nos mostrar uma verdade forjada por aquele que detêm todos os pontos de vista, que é capaz de enxergar dimensões que sequer passam por nossa imaginação, aquele que tem a visão perfeita e se fez a verdade perfeita, a única.
Qualquer que se diz seguidor de Jesus - e por conseguinte seguidor da verdade -  mas admite outras verdades em relação a salvação, ainda não foi contagiado pela Verdade genuína e inconfundível. 

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